REFORMA Chegado o tempo da última aula Acalmou o bulício e a confusão Na pasta, guardei poemas e prosas Sorrisos e abraços gravei no coração Nas mesmas salas, os mesmos actores A campainha chamará à hora marcada Com o mesmo afinco, outros ensinarão A mesma...
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REFORMA Chegado o tempo da última aula Acalmou o bulício e a confusão Na pasta, guardei poemas e prosas Sorrisos e abraços gravei no coração Nas mesmas salas, os mesmos actores A campainha chamará à hora marcada Com o mesmo afinco, outros ensinarão A mesma frase subordinante, subordinada Serão os mesmos cantos, a mesma métrica A mesma epopeia, tantas vezes navegada O mesmo auto espera outro encenador Sem mim, Pedro chorará a Inês amada E com saudade dou por mim a lembrar As aulas que no tempo se entrelaçaram Pergunto-me se estive à altura daqueles Que ao aprender, muito me ensinaram? Porque a liberdade que rege os meus dias Sabe-me a doce, mas também a mar Nela me encontro, mas nela me perco Trocista, o tempo passa mais devagar Márcia Soares
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