Abril Abril Havia uma lua de prata e sangue a deixar sementes prateadas em cada mão. germinando longamente no olhar dos meninos por haver. Era Abril. Havia um vento José Fanha, Lisboa, Portugal que empurrava o nosso olhar (in Tempo azul, Campo das Letras,...
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Abril Abril Havia uma lua de prata e sangue a deixar sementes prateadas em cada mão. germinando longamente no olhar dos meninos por haver. Era Abril. Havia um vento José Fanha, Lisboa, Portugal que empurrava o nosso olhar (in Tempo azul, Campo das Letras, 2003) e um momento de água clara a escorrer http://www.portugal-linha.pt/literatura/index.html pelo rosto das mães cansadas. (consultado em 07.04.2017) Era Abril que descia aos tropeções pelas ladeiras da cidade. Abril tingindo de perfume os hospitais e colando um verso branco em cada farda. Era Abril o mês imprescindível que trazia um sonho de bagos de romã e o ar a saber a framboesas. Abril um mês de flores concretas colocadas na espoleta do desejo flores pesadas de seiva e cânticos azuis um mês de flores um mês. Havia barcos a voltar de parte nenhuma em Abril e homens que escavavam a terra em busca da vertical. Ardiam as palavras Nesse mês e foram vistos dicionários a voar e mulheres que se despiam abraçando a pele das oliveiras. E
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