A ÚLTIMA CRÔNICA DE DRUMMOND Em 1984, às vésperas de completar 82 anos, Carlos Drummond de Andrade se despedia da crônica, um dos gêneros que ajudou a consagrá-lo Ciao Carlos Drummond de Andrade Há 64 anos, um adolescente fascinado por papel impresso notou...
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A ÚLTIMA CRÔNICA DE DRUMMOND Em 1984, às vésperas de completar 82 anos, Carlos Drummond de Andrade se despedia da crônica, um dos gêneros que ajudou a consagrá-lo Ciao Carlos Drummond de Andrade Há 64 anos, um adolescente fascinado por papel impresso notou que, no andar térreo do prédio onde morava, um placar exibia a cada manhã a primeira página de um jornal modestíssimo, porém jornal. Não teve dúvida. Entrou e ofereceu os seus serviços ao diretor, que era, sozinho, todo o pessoal da redação. O homem olhou-o, cético, e perguntou: — Sobre o que pretende escrever? ― Sobre tudo. Cinema, literatura, vida urbana, moral, coisas deste mundo e de qualquer outro possível. O diretor, ao perceber que alguém, mesmo inepto, se dispunha a fazer o jornal para ele, praticamente de graça, topou. Nasceu aí, na velha Belo Horizonte dos anos 20, um cronista que ainda hoje, com a graça de Deus e com ou sem assunto, comete as suas croniquices. Comete é tempo errado de verbo. Melhor dizer: cometia. Pois che
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