PALÍNDROMO (OU PEQUENO RETRATO DE UM CIDADÃO COMUM) OU A HORA DO ESTRELO Por Thiago Arrais - Diretor teatral e professor do curso de Licenciatura em Teatro do IFCE Foto: Sol Coelho Ele era alto e triste, é como começa um dos contos de Clarice Lispector;...
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PALÍNDROMO (OU PEQUENO RETRATO DE UM CIDADÃO COMUM) OU A HORA DO ESTRELO Por Thiago Arrais - Diretor teatral e professor do curso de Licenciatura em Teatro do IFCE Foto: Sol Coelho Ele era alto e triste, é como começa um dos contos de Clarice Lispector; como a figura de Dyego Stefann que se apresenta em Palíndromo, também magra, e longa. Penso ser esta uma das chaves para embarcar em seu solo: vê-lo pela sua figura. Dyego, com firmeza técnica, expressa seu corpo – este tema, o corpo, abre os trabalhos – como um silhueta plástica, uma sombra, uma animação de si mesmo. Não se trata, longe disso, e nisso está um sinal da evolução artística de Dyego, de virtuose inócua, recorrente em estéticas de teatro físico: seu corpo é empregado na construção – ou desconstrução - de uma triste figura, e, sobretudo, comovente, como poderíamos resumir sua alma. O comovente deve vir, possivelmente, do histórico de Dyego com o clown, misto de saber rir e chorar de si, e dos outros. De outra parte, muito da
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