Contraponto ao riso oco e autômato do momento brasileiro
Por Valmir Santos
Ao arremedo de fábula que Georg Büchner (1813-1837) aplica em Leonce e Lena para
desconstruir convenções românticas, políticas e sociais o Teatro Máquina deita seus
próprios...
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Contraponto ao riso oco e autômato do momento brasileiro
Por Valmir Santos
Ao arremedo de fábula que Georg Büchner (1813-1837) aplica em Leonce e Lena para
desconstruir convenções românticas, políticas e sociais o Teatro Máquina deita seus
próprios dispositivos espaciais, visuais e sonoros sem eclipsar o antienredo palaciano do
autor alemão. Como ele, o grupo investe na comicidade crítica e, livre associação,
contrapõe-se à voga do riso oco e autômato, uma pandemia do momento brasileiro.
Mais de século e meio depois do surgimento da peça, a montagem de Fran Teixeira
lança luzes piscantes na semiarena e adiciona um DJ com pickup e microfone na cabeça
do espaço cênico. Chamado para próximo dos atuadores, o espectador não demora a
perceber que nada é o que parece. Os figurinos estilizam a publicidade esportiva. Rei,
príncipe, rainha, governanta, mordomo, conselheiros e súditos são todos
contemporâneos em suas vestes e vicissitudes.
Na roupagem estética da obra do jovem Büchner – ele viveu
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