Vigília
Teatro à beira do abismo
Por Mayara de Araújo
Apesar de se tratar de uma pesquisa sobre o corpo, seria econômico classificar como Teatro Físico o
que se adota em “Vigília”. Seria preferível chamar de Teatro da Exaustão, Teatro das Últimas...
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Vigília
Teatro à beira do abismo
Por Mayara de Araújo
Apesar de se tratar de uma pesquisa sobre o corpo, seria econômico classificar como Teatro Físico o
que se adota em “Vigília”. Seria preferível chamar de Teatro da Exaustão, Teatro das Últimas
Consequências, já que se presta a pôr à prova o corpo, os jogos cênicos, as possibilidades de
interpretação do mesmo texto, os usos do espaço cênico e até mesmo o público. Tudo isso por possuir
nada menos do que 12 horas de duração.
Em “Vigília”, espetáculo de Cassio Pires, os atores André Capuano, Carlos Canhameiro e Daniel
Gonzalez assumem a angústia de um homem insone, que, sem motivo aparente, já não dorme há anos.
Uma noite, preparou-se para dormir; até o fez por poucas horas, mas despertou na madrugada e, a
partir de então, não conseguiu mais adormecer. Sequer cochilar.
O texto dramático dura cerca de 40 minutos e é contado de uma só vez. A narrativa é empolgante,
fluida e muito bem escrita. O eu lírico vale-se de remédios, procura médic
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