Cruz e Sousa
INEFÁVEL
Nada há que me domine e que me vença
Quando a minha alma mudamente acorda.
.
.
Ela rebenta em flor, ela transborda
Nos alvoroços da emoção imensa.
Sou como um Réu de celestial sentença,
Condenado do Amor, que se recorda
Do Amor e...
More
Cruz e Sousa
INEFÁVEL
Nada há que me domine e que me vença
Quando a minha alma mudamente acorda.
.
.
Ela rebenta em flor, ela transborda
Nos alvoroços da emoção imensa.
Sou como um Réu de celestial sentença,
Condenado do Amor, que se recorda
Do Amor e sempre no Silêncio borda
De estrelas todo o céu em que erra e pensa.
Claros, meus olhos tornam-se mais claros
E tudo vejo dos encantos raros
E de outras mais serenas madrugadas!
Todas as vozes que procuro e chamo
Ouço-as dentro de mim porque eu as amo
Na minha alma volteando arrebatadas
ANTÍFONA
Ó Formas alvas, brancas, Formas claras
De luares, de neves, de neblinas!
Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas.
.
.
Incensos dos turíbulos das aras
Formas do Amor, constelarmante puras,
De Virgens e de Santas vaporosas.
.
.
Brilhos errantes, mádidas frescuras
E dolências de lírios e de rosas .
.
.
Indefiníveis músicas supremas,
Harmonias da Cor e do Perfume.
.
.
Horas do Ocaso, trêmulas, extremas,
Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume.
.
.
Less