A VONTADE DA FALECIDA.
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(Conto)
Já passava das 16h00min de um dia de sexta-feira.
O sol era uma bola
de fogo no horizonte nordestino.
A caatinga com seu clima árido e seco e o chão
ressequido do sertão desprendiam um mormaço forte, que chegava a ferir...
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A VONTADE DA FALECIDA.
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(Conto)
Já passava das 16h00min de um dia de sexta-feira.
O sol era uma bola
de fogo no horizonte nordestino.
A caatinga com seu clima árido e seco e o chão
ressequido do sertão desprendiam um mormaço forte, que chegava a ferir as narinas
dos viventes, numa época ainda distante da estação das chuvas.
Era mês de agosto, e o
ar quente insuportável.
O vento seco queimava a pele e os lábios; ressecava os olhos.
O cheiro da jurema queimada, do pasto seco crepitando diante do fogo de broca,
chegava a tirar o fôlego.
Era o tempo de espantar cobra da roça ou qualquer bicho
peçonhento, com fogo! O tempo que deixava os moradores da região, numa situação
de sofrimento pelo calor e a conseqüente evaporação da água dos barreiros e pequenos
açudes naquela época do ano.
Dona Francisca deitada numa rede se balançava tentando tirar um
cochilo naquela tarde calorenta.
Tinha entre os dedos um cigarro de palha e fumava
tranquilamente enquanto o sono não chegava.
Não se
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