A manhã aproximava-se lentamente, pálida e fresca, Augusto Rego depois de mais uma
noite inquieta sem sono, tinha as esperanças viradas para um caminho de andarilho, de
passadas curtas e sem propósito.
Antes andar sem rumo pelo fim da noite, que remoer...
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A manhã aproximava-se lentamente, pálida e fresca, Augusto Rego depois de mais uma
noite inquieta sem sono, tinha as esperanças viradas para um caminho de andarilho, de
passadas curtas e sem propósito.
Antes andar sem rumo pelo fim da noite, que remoer
mais uma hora de desconforto nos lençóis amarfanhados, assim pensou.
Descia a longa
avenida de altos muros brancos, pontilhados pelo alinhamento de uma carreira de
buracos côncavos, preparados para o escoamento de águas do campo lá em cima,
moldados agora para outro intento, faziam a vez de ninhos improvisados para famílias
inteiras de rolas e pombos, que se agitavam à sua passagem.
Com a visão das luzes da
cidade ao fundo, depois da ponte, desanuviava a raiva que lhe marcava o peito a cada
passo que dava.
Fugia lesto do presente incómodo, na direção do bulício da cidade
prestes a acordar.
Aí encontraria qualquer rastro de memórias antigas que talvez o
iluminassem de alegria, nem que fosse por um momento só.
Em vez disso, encontrou
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