quele senhor ali, de calva rosada e redonda, olhos
pestanejantes de menino velho, bochechinhas caídas, da
cor da calva, tem mesmo ar de boa pessoa.
Uma jóia.
Uma
raridade.
Um paz de alma.
Todas as manhãs se senta à mesma mesa do nosso café
do bairro e...
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quele senhor ali, de calva rosada e redonda, olhos
pestanejantes de menino velho, bochechinhas caídas, da
cor da calva, tem mesmo ar de boa pessoa.
Uma jóia.
Uma
raridade.
Um paz de alma.
Todas as manhãs se senta à mesma mesa do nosso café
do bairro e pede numa voz mansa, de palavras
pronunciadas sílaba a sílaba:
– Se faz favor trazia-me uma meia de leite, mas não
muito quente, acompanhada por um queque, de preferência
ainda quentinho…
E ri-se, suavemente, do seu capricho guloso.
Pois no outro dia, entrou um desconhecido de rompante,
lá no café, que se dirigiu sem hesitação ao senhor, a meio
da sua chávena meia de leite.
– O senhor é que é o Abílio Gomes, não é? – perguntou
ele, de dedo apontado, com muito maus modos.
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© APENA - APDD – Cofinanciado pelo POSI e pela Presidência do Conselho de Ministros
O PAZ DE
ALMA
António Torrado
escreveu e
Cristina Malaquias ilustrou
A
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