Avariado.
Entre o 2º e 3º andar, teimosamente imóvel.
Por isso pesa-nos a vida e contam-se os dias pelos
degraus das escadas.
Num esforço hercúleo, que nos separa um dos outros, nós do mundo e o mundo deles,
sejam eles quem forem.
Avariado.
O aviso...
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Avariado.
Entre o 2º e 3º andar, teimosamente imóvel.
Por isso pesa-nos a vida e contam-se os dias pelos
degraus das escadas.
Num esforço hercúleo, que nos separa um dos outros, nós do mundo e o mundo deles,
sejam eles quem forem.
Avariado.
O aviso tornara-se intemporal, como um murmúrio de um passado que ninguém soube precisar.
Sem data, sem funcionalidade e, portanto, sem significado.
Aquele elevador avariado era uma infinita rede de
possibilidades, de pessoas que não conhecemos, de rostos que não entreolhámos, de sorrisos que não
trocámos, de lugares onde não fomos e rotinas que não ritualizámos.
Pesam-nos os passos, e sobre eles a vida e sobre esta ainda as esperanças com que se molda o ser.
Por isso não somos.
Ou então, somos uma infíma porção do que pudemos ser, noutro lugar, noutro tempo.
Avariado.
Aprendi a ver o mundo de uma janela, conheci os rostos secretos dos transeuntes, as suas vidas
hipotéticas e os matizes das suas expressões.
Não lhes conheço o nome que t
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