O Sísifo de Copacabana
Rodiney da Silva e S.
Jr.
Fica agora só a solidão poética
do bronze que outrora se achava profético
mas sabemos que ícones por aqui
são apenas ícones e nada mais
as vezes um sujo cabeludo anacrônico
esbarra em seu ombro metálico
e...
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O Sísifo de Copacabana
Rodiney da Silva e S.
Jr.
Fica agora só a solidão poética
do bronze que outrora se achava profético
mas sabemos que ícones por aqui
são apenas ícones e nada mais
as vezes um sujo cabeludo anacrônico
esbarra em seu ombro metálico
e arruma suas quinquilharias inúteis
e percorre o caminho que antes era
percorrido por seu corpo torto.
Onde fica agora sua ousadia?
Sua revolução literária?
Falou de José e acabou tendo destino bem pior,
pois, José é ainda gente, falante,
mas e você? Sussurra timidamente
apenas quando o vento teimoso
que sobrevoa o Arpoador
vem tangenciar seus ombros de bronze
e depois o mais profundo silêncio.
As vezes penso que você levantará
e sairá caminhando em busca dos amigos,
mas é apenas a ilusão artística que produz
em mim um falso movimento.
E aquela turba com suas câmeras
“flashando” e lhe guardando eternamente
numa pasta qualquer do windows
hoje você está entre ser apoio de cabeça dum bêbado qualquer
e souvenir fotográfico da malta lati
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