A ESCRAVATURA NA MADEIRA NOS SÉCULOS XV A
XVII: O PONTO DA SITUAÇÃO
ALBERTO VIEIRA
Hoje, o escravo perdeu os grilhões de ferro e o peso
da tradição que o amordaçava.
Nós, como ele, também nos
podemos declarar livres.
Livres do compromisso assumido de...
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A ESCRAVATURA NA MADEIRA NOS SÉCULOS XV A
XVII: O PONTO DA SITUAÇÃO
ALBERTO VIEIRA
Hoje, o escravo perdeu os grilhões de ferro e o peso
da tradição que o amordaçava.
Nós, como ele, também nos
podemos declarar livres.
Livres do compromisso assumido de
ouvir em silêncio os seus murmúrios para depois os
divulgar ao público interessado.
Mas não é só a
documentação o seu porta-voz.
O solo que pisámos e a
paisagem que contemplámos são também exemplo disso.
As
montanhas, por um lado, amordaçam-nos e fazem-nos escravos
do meio que os viu nascer, por outro, recordam-nos os
recantos de refúgio dos que nunca aceitaram viver sob a
condição de escravo.
Esta negação à condição servil ficou
imortalizada na toponímia.
A liberdade, a monte, era
preferível a uma vida de total submissão.
O nosso despertar para este murmúrio, em surdina,
dos escravos resultou da leitura dos numerosos estudos
sobre a escravatura nas Canárias de Manuel Lobo Cabrera1 que
nos incutiu o necessário alento para que nos e
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